Juçara Marçal está longe de ser uma estreante. Já são mais de vinte anos de carreira iniciada com o grupo vocal Vésper, com quem lançou quatro discos, Flor D’Elis(1998), Noel Adoniran -180 Anos de Samba (2002), Ser Tão Paulista (2004) e Vésper na Lida (2013).
Com o grupo A BARCA, Juçara lançou dois discos, Turista Aprendiz(2000) e Baião de Princesas (2002), além de participar do importante trabalho de pesquisa do grupo realizado em nove estados brasileiros entre 2004 e 2005 e que resultou no registro em áudio e vídeo de mais de trinta mestres de cultura tradicional, presentes nas caixas Trilha, Toada e Trupé e Coleção Turista Aprendiz. Ao lado de Kiko Dinucci, iniciou uma parceria que há alguns anos investiga e desenvolve um trabalho a partir das tradições afro-brasileiras.
Dessa parceria já foram lançados Padê (2007) e os dois discos com o grupo Metá Metá (que além de Juçara e Kiko tem em sua formação o saxofonista Thiago França), são eles, Metá Metá (2011) e Metal Metal (2012). Depois dessa extensa carreira discográfica, Juçara Marçal se aventura agora em seu primeiro trabalho solo e o faz de maneira surpreendente. Encarnado (2014), mais do que um apanhado de sua longa trajetória artística, é quase uma nova estreia, apontando em uma direção arriscada e inesperada, inimaginável até para aqueles que acompanharam seu longo percurso até aqui.
A única maneira de fazer um bom trabalho é amando o que você faz. Se você ainda não encontrou, continue procurando. Não se desespere. Assim como no amor, você saberá quando tiver encontrado.